terça-feira, 26 de novembro de 2013

Blood Money - Aborto legalizado!


25/11/2013
Na década de 1970, acreditaram em uma história bem estranha nos Estados Unidos. Uma moça jovem de codinome Jane Roe disse ter sido estuprada por uma gangue no Condado de Dallas, Texas. O estupro desencadeou uma gravidez, e com a gravidez ela não queria prosseguir. Baseada nos “direitos inalienáveis do poder de escolha”, decidiu tirar o bebê. Naquela época a lei americana não permitia o aborto (ou interrupção terapêutica da gestação, para os politicamente corretos) no caso apresentado por Roe.
Roe, já sabendo dos problemas que iria encontrar, mas muito bem amparada por advogadas de cunho ideológico feminista, resolveu recorrer ao distrito do Condado. Lá, ela enfrentou a negativa do fiscal da região, Henry Wade, na tentativa de abrir uma restrição contra a legislação sobre aborto no estado.
 Em 1973, depois de três anos de embate com a justiça, o caso parou na Suprema Corte dosStates, que decidiu pela legalização do aborto até os seis meses de gestação em todo o país - passando por cima das fortíssimas leis estaduais. No fim das contas, Roe teve a criança e mandou-a para adoção. Mas o maior estrago já estava feito. Em 40 anos de lei, mais de 50 milhões de bebês foram retirados do ventre das respectivas mamães, contando somente nos States of America. Além disso, foi infundida no mundo uma cultura nada positiva de "o corpo é meu e ninguém mexe comigo”;
 Só que…Não
 Roe não era Roe. Era laranja, testa de ferro. Roe se chama Norma L. Mc Corvey e foi usada, de maneira singular, teatral e frutuosa como garota propaganda do ideário feminista a favor do aborto. Foi ela mesmo quem se arrependeu e confessou, em 1987 - depois de ter carregado um imenso fardo pelo silêncio -, a mentira que proferiu para a justiça americana: ela não foi estuprada. O estupro foi a invenção que sensibilizou a Corte. Norma foi usada (por umas organizações bem ricas, incluindo a revista Playboy e a multinacional abortiva Planned Parenthood) para ser o ícone da luta das mulheres pelo direito de decidir o que fazer com o próprio corpo - e com o corpo dos outros.
 A Lei de 1973 ficou conhecida como Roe vs. Wade e se tornou um marco, tanto como uma enorme vitória para as feministas quanto por um salto exorbitante nos lucros de clínicas de abortos e outras instituições relacionadas. Por outro lado, essa lei ficou conhecida como um grande fracasso da Suprema Corte, que ao acreditar em uma falsa história, contrariou a Constituição dos EUA e criou um novo direito abrindo portas para um legado moribundo e deprimente para milhares de mães, pais e profissionais de saúde.
 Para falar justamente sobre esta lei - e sobre a indústria americana do aborto - o cineasta David Kyle resolveu dirigir o documentário Blood Money - Aborto Legalizado. Com 75 minutos de duração, o filme estreou em 15 de novembro em nove cidades brasileiras: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Belém, Curitiba, Salvador, Recife e Fortaleza.
 Sem uma única cena de aborto, o filme é apresentado por Alveda C. King,  sobrinha de Martin Luther King (aquele do “I have a dream…”). Alveda compartilha o ideal de igualdade racial entre negros e brancos proposta pelo tio desde os anos 1950, mas relata como a discriminação ainda perdura como um ranço cultural, sobretudo na temática apresentada pelo documentário: nos EUA, o maior número de abortos cometidos são contra crianças negras.   
 Planned Parenthood
Planned Parenthood (em tradução livre Paternidade Planejada) é uma das organizações que mais lucra com a disseminação de uso dos métodos contraceptivos e abortivos nos EUA e no mundo. Contra ela, David Kyle faz graves denúncias: expõe desde o financiamento de campanha do democrata Barack Obama e o bilionário mercado de clínicas abortivas, até a seleção e ‘purificação’ de raças baseada nos ideais eugenistas de Hitler e cia.
 Esperança
Mesmo com o tom de denúncia, o documentário também consegue abrir espaço para a posição das mulheres que praticaram o aborto - mães e profissionais de saúde. Em todos os depoimentos elas lembram com profunda tristeza o fato de terem retirado a vida dos próprios filhos ainda no ventre materno ou de terem ajudado a construir uma cultura de morte.
 Por outro lado, os depoimentos destas mulheres despertam a esperança na luta pela promoção da vida, reconhecendo o valor da conscientização e de iniciativas populares, e também do amor. Em Blood Money, uma das frases que me chamou mais atenção dizia mais ou menos isso: “Não só de cartazes e faixas é feita a defesa da vida, nós também precisamos nos sentir amadas”.
 
Por Lilian da Paz

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