
O
mesmo Deus que criou o homem e a mulher, uniu-os em matrimônio. Deus
percebeu que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2, 18a). Então,
disse ao homem: “Eu vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gn
2,18b), alguém que seja como você e que o ajude a viver. E fez a mulher.
Retirou “um pedaço” do homem para criar a mulher (cf. Gn 2,21-22).
Nessa linguagem figurada, a Palavra de Deus quer nos ensinar que a
mulher foi feita da mesma essência e da mesma natureza do homem, isto é,
“à imagem e semelhança de Deus” (cf. Gn 1, 26). Santo Agostinho nos
lembra de que Deus, para fazer a mulher, não tirou um pedaço da cabeça
do homem e nem um pedaço do seu calcanhar, porque a mulher não deveria
ser chefe nem escrava do homem, mas companheira e auxiliar.
Ao ver Eva, Adão exclamou feliz: “Eis agora aqui o osso de meus ossos
e a carne de minha carne” (Gn 2,23a). Foi, sem dúvida, a primeira
declaração de amor do universo. Adão se sentiu feliz e completo em sua
carência e solidão. Então, Deus disse: “Por isso o homem deixa o seu pai
e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só
carne” (Gn 2,24). Isso quer dizer: serão uma só realidade, uma só vida,
uma união perfeita, como a mistura
do café com leite que ninguém mais separa. Morre a primeira pessoa do
singular, o “eu”; surge o “nós” E Jesus fez questão de acrescentar:
“Portanto, não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6b).
E Deus disse ao casal: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e
submetei-a” (Gn 1,28). Aqui está o sentido mais profundo do casamento:
“frutificai [crescei] e multiplicai”. Deus quer que o casal, na união
profunda do amor, cresça e se multiplique nos seus filhos; e daí surge a
família, a mais importante instituição da humanidade. A família é a
célula principal do plano de Deus para os homens e ela surge com o
matrimônio. Família, santuário da vida. Família, patrimônio da
humanidade. Família, uma obra sagrada.
Sem verdadeira união entre o casal, união está que precisa ser
solidificada em Deus e na verdadeira caridade, o casamento fica fraco e a
família sofre suas consequências. Sem casais bem unidos, que se amem de
verdade, onde um não esconde nada do outro, onde um não trai o outro
nem em pensamentos e palavras, o casamento não pode ser forte e os
filhos felizes. Quando nos casamos não nos pertencemos mais a nós
mesmos, deve morrer o egoísmo em nós, porque passamos a pertencer ao
cônjuge e a os filhos.
Prof. Felipe Aquino
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