Segundo dom Esmeraldo, serão cinco
versões apresentadas em plenário até a aprovação final do documento.
Pela manhã os bispos foram divididos em 20 grupos para começar a
organizar o conteúdo do novo documento. A partir de amanhã, a Comissão
se reúne para acrescentar ao texto as emendas sugeridas pelos grupos e
elaborar a terceira versão.
O bispo de Santarém esclareceu sobre o
objetivo de tornar integradas as ideias do documento. “Queremos dar
unidade à formação dos padres no Brasil. As diretrizes são o modo que
achamos de contribuir com a sua formação porque vivemos uma mudança de
época e temos de considerar os novos elementos para fortalecer ainda
mais a formação presbiteral”.
Dom Esmeraldo também afirmou que os
padres foram consultados acerca do novo documento que será aprovado nos
próximos dias. “Por meio da Organização dos Seminários e Institutos
Filosófico-Teológicos do Brasil (OSIB), padres de várias regiões do país
foram consultados, para que ouvíssemos também suas opiniões e
observações a respeito da temática, mas nem todas as regiões foram
contempladas”, ressaltou.
Outro dado interessante apresentado por
dom Esmeraldo, durante a coletiva de imprensa, da tarde de hoje, 23, foi
sobre as casas de formação em todo o país. De acordo com dados
apresentados pela Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a
Vida Consagrada, da qual dom Esmeraldo é presidente, há no Brasil 538
seminários diocesanos; 18.100 presbíteros; 2.800 diáconos permanentes e 9
mil seminaristas nas diversas etapas de formação. Nesses números não
estão incluídas as casas de formação religiosas.
Experiência de Santarém
A diocese de Santarém, de modo
personalizado, - lembrou dom Esmeraldo – trabalha a formação dos futuros
padres a partir da ótica missionária. O bispo disse que atualmente sua
diocese tem 25 padres diocesanos, 10 religiosos trabalhando na pastoral,
quatro religiosas e 25 seminaristas que estão em processo de formação.
Juntos, eles devem dar conta de 175 mil quilômetros.
O bispo explica que em Santarém os
seminaristas têm uma experiência missionária de 40 dias entre os meses
de dezembro a janeiro. O próprio dom Esmeraldo acompanha o grupo. No
início desse ano, 26 seminaristas diocesanos participaram desta
experiência de formação em Santarém. Além deles, vieram também cinco do
Paraná, três de Roraima, um de Goiás, um de Mariana (MG) e um da
prelazia do Xingu (PA).
“Durante a formação missionária, os
candidatos ao sacerdócio permanecem em preparação para perceber a
realidade social da região [os rios, plantio de soja, desmatamento].
Depois eles saem em evangelização nas casas [experiência pastoral] e, em
seguida, passam por uma avaliação profunda sobre a importância da
missão, para perceberem a necessidade de se trabalhar a partir do olhar
missionário”, conta o bispo.
Caminhar diferenciado
Outro ponto abordado por dom Esmeraldo
foi a questão de amparar os leigos e os jovens que dom Esmeraldo Barreto
de Fariasdesejam abraçar a vida sacerdotal. “A Igreja hoje deve andar
em duas direções: uma é caminhar com os leigos através das comunidades,
com as pastorais, os movimentos, e o outro fazer um trabalho vocacional
através dos jovens que almejam a vida sacerdotal, mas é preciso avançar
com os jovens que estão no ensino médio, nas universidades, no meio
rural e no ambiente urbano”. Para o bispo, esses são os grandes desafios
da formação presbiteral hoje.
Dom Esmeraldo disse ser fundamental
trabalhar a característica do discípulo e missionário. “Estamos buscando
para a Igreja no Brasil uma formação de futuros presbíteros que possam
responder aos desafios atuais. Hoje, em razão de tantas tarefas, os
padres dão atenção aos sacramentos ou ficam na Secretaria Paroquial para
atender. Esse trabalho é importante, mas o presbítero precisa auxiliar
nas pastorais, catequese, pastorais sociais e ir ao encontro das
pessoas. Os desafios estão em todas as regiões, principalmente em
grandes centros urbanos”, pontuou.
Uma novidade que deverá ser debatida
pelos bispos é a possibilidade do seminarista fazer um ano específico de
experiência pastoral, com a interrupção dos estudos ou após
concluí-los, só recebendo a ordenação depois desse tempo. O objetivo é
reforçar a experiência mais concreta do trabalho missionário. “Só o
intelectual não te dá esses novos aportes”, completou dom Esmeraldo.
Fotos: padre Altevir, CSSp.
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