Padre Nelito Nonato Dornelas é assessor da Comissão
Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da
CNBB.
O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, padre Nelito Dornelas, reforça a afirmação da Igreja. Segundo ele, não deve haver distinção entre o compromisso espiritual e social do cristão, e sua ação social deve ser inspirada em Jesus Cristo.
“O cristão faz o mesmo trabalho do assistente social no campo social, mas enquanto esse assistente faz uma transformação - quando não é movido pela fé - o cristão faz uma transfiguração porque é algo que vai além de todas as formas. Toda a nossa ação cristã no mundo que é feita em sintonia e a partir de Cristo é uma ação transfiguradora, tem uma diferença essencial”, disse.
"Toda nossa ação é ungida por Cristo. Onde está um cristão agindo, está o corpo de Cristo presente naquela história", completou.
Contribuições do cristão
De acordo com padre Nelito, a principal forma de o cristão contribuir para o desenvolvimento do país é ter um olhar crítico sobre as autoridades. Isso significa, segundo ele, ajudá-las a fazerem suas políticas e tomarem decisões à luz do Evangelho, com o olhar de Cristo, ou seja, para os mais pobres.
“Ajudar as autoridades a criarem políticas sociais a partir dos últimos da sociedade, da periferia. Toda política a partir dos pobres inclui também os ricos. Toda política que nasce a partir dos ricos, exclui os pobres”, destacou o padre.
Apesar do compromisso social, o assessor ressalta que a primeira missão da Igreja não é dessa ordem, nem política, mas de ordem religiosa. O principal compromisso da Igreja é com a fé, no entanto, diz o padre, esta deve ser traduzida em obras concretas.
Semana Social Brasileira
Sobre a 5ª Semana Social Brasileira (SSB) que terminou na última quinta-feira, 5, padre Nelito afirma que se tratou de um grande presente de Deus para a Igreja e para a sociedade. Ele também explicou que foi uma oportunidade de lançar um olhar de fé sobre o país, refletindo sobre o “Estado que temos e o Estado que queremos” - tema central do evento.
"Chegamos à seguinte conclusão: o Estado brasileiro ainda é um estado excludente: nós temos mais de 16 milhões de irmãos abaixo da linha da miséria, porque ganham menos de 70 reais por mês; somos a 5ª economia do mundo, a 84ª em desigualdade social; temos os grupos hegemônicos no capital que se apoderam do Estado e pegam os políticos para si. Então, agora nós também entramos na disputa desse Estado para trazê-lo para o lado da vida, dos pobres, e fazer com que o Estado aplique políticas públicas que inclua todos os brasileiros”.
Para o padre, o grande avanço da SSB foi elencar uma lista de compromissos que a partir de então, será divulgada nas comunidades eclesiais para trabalhar na implantação da cidadania na sociedade.
Participaram da 5ª Semana Social Brasileira: católicos e evangélicos, membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, da CNBB e da Conferência de Religiosos do Brasil; universitários e demais cidadãos.
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