Moradores cristãos do Vilarejo de
Maaloula, Síria, foram expulsos nesta semana por extremistas
islâmicos. A localidade habitada por cerca de três mil moradores, ficou
quase deserta após a invasão. O relato foi feito por um sacerdote
grego-melquita, que não se identificou por medida de segurança, à
Agência de notícias dos jesuítas, AsiaNews.
"Os terroristas
destruíram crucifixos da cúpula do Mosteiro de São Sérgio e São Bacco.
Este ato é uma declaração de guerra contra a comunidade cristã",
afirmou. De acordo com o religioso, os rebeldes estavam vigiando o
vilarejo há oito meses, mas começaram os ataques nesta quarta-feira, 4.
O
sacerdote denunciou também o Exército Livre Sírio, que afirma trabalhar
pela segurança dos cristãos e propaga vídeos nas redes sociais
divulgando a referida proteção. "Na verdade há muito tempo eles ameaçam
os cristãos, dizendo que cedo ou tarde a nossa hora chegará", afirma o
religioso.
A comunidade muçulmana local reafirmou o apoio aos
cristãos. De acordo com o sacerdote, sempre houve uma convivência
pacífica entre cristãos e muçulmanos em Maaloula, porém os rebeldes não
respeitam as autoridades locais.
Patrimônio da UNESCO, Maaloula
está 40 km ao norte de Damasco. A vila é famosa em todo o mundo como um
dos símbolos do Cristianismo no Oriente Médio. Possui o mosteiro de
Santa Tecla, habitado por freiras ortodoxas, e o mosteiro dos Santos
Sérgio e Baco , dirigido por sacerdotes greco-católicos melquitas.
Os
dois mosteiros têm sido durante muitos séculos local de peregrinação
para cristãos e muçulmanos. Único lugar no mundo onde ainda se fala
aramaico, a cidade é considerada um símbolo da convivência religiosa
pacífica.
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