A exposição prolongada à
violência e ao stress, os constantes deslocamentos, a perda de amigos e
familiares e a grave deterioração das condições de vida estão deixando
cicatrizes profundas nas crianças da Síria. Foi o que informou a UNICEF,
nesta quarta-feira, 11, estimando que mais de 4 milhões de crianças
foram atingidas direta ou indiretamente pelo conflito em andamento.
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“Os
pais informam que os seus filhos estão tendo pesadelos frequentes e tem
comportamentos imprudentes e agressivos”, disse a Diretora Regional da
UNICEF para o Oriente Médio e Norte da África. “A enuresia é comum e as
crianças tornaram-se mais reservadas e menos autônomas. Os seus desenhos
são frequentemente violentos, com imagens de derramamento de sangue,
explosões e destruição”.
A especialista do UNICEF Jane MacPhail,
que está trabalhando com crianças no campo de refugiados de Za’atari, na
Jordânia, diz que “as crianças que têm sofrido um stress assim profundo
poder perder a capacidade de entrar em contato emotivo com os outros e
consigo mesmo”.
Segundo a organização, um trabalho está sendo
realizado, tanto no interior da Síria quanto nos países vizinhos para o
reencontro do sentimento de segurança. Crianças nos refúgios para os
deslocados, nos campos para refugiados ou junto às comunidades de
acolhida são atendidas, recebendo a possibilidade de exprimirem-se,
ajudadas a enfrentar construtivamente os conflitos.
Ainda segundo
o UNICEF, desde o início do ano, cerca de 470 mil crianças sírias
receberam apoio psicológico em mais de 200 locais, sendo 250 mil na
Síria, 128 mil no Líbano, 80 mil na Jordânia, 5.500 no Iraque e 5 mil na
Turquia.
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